32,3% estão em situação de rua há menos de 2 anos em Piracicaba
Crises familiares, drogas e álcool são os principais motivadores que conduziram as pessoas para as ruas
O “Censo Municipal da População em Situação de Rua em 2021”, divulgado nesta segunda-feira, dia 13, revelou um dado alarmante: apenas nos últimos dois anos, 32,2% das pessoas identificadas pela pesquisa passaram a morar nas ruas. Realizado entre os dias 20 de julho e 17 de agosto de 2021, o estudo localizou 234 pessoas em situação de rua em Piracicaba, das quais 198 responderam ao questionário completo aplicado no estudo.
Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), pelo Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância (CRAMI) e pela INDSAT, o levantamento estatístico confirma uma tendência observada pela SMADS no Cadastro Único (CadÚnico): desde o final de 2019, o número de famílias inscritas no CadÚnico de Piracicaba em situação de extrema pobreza tem aumentado constantemente, ultrapassando hoje a casa de 10 mil famílias. Em fevereiro de 2020, a quantidade de inscritos aumentou ainda mais, aproximando-se da marca de 13 mil e com tendências de elevação.
As informações observadas na cidade são similares ao cenário observado no restante do país: estudos divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz revelam que, das 221 mil pessoas encontradas em situação de rua entre fevereiro e março de 2020, 31% estão nas ruas há menos de um ano; destas, 64% por perda de trabalho, moradia ou renda. Outro dado relevante apontado pela fundação é o aumento de mulheres em condições de rua, chegando a 35%. No Censo realizado no estado de São Paulo em 2019, divulgado pelo portal G1, eram 24.344 pessoas em situação de rua apenas na capital.
Em Piracicaba, o Censo identificou que 23,7% dos entrevistados estão nas ruas há menos de um ano e 8,6% entre um a dois anos. Apesar de agravada pela pandemia, a condição também é causada por outras questões, como “conflitos familiares” (35,3%), “dependência de álcool” (21%), “dependência de drogas ilícitas” (19,1%), “perda de trabalho” (7,7%), “perda de moradia” (4,4%), perda de familiares" (2,6%), “regresso do sistema prisional” (1,8%), entre outros.
O Censo
Realizado pela primeira vez em Piracicaba pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e pelo Centro Regional de Registro e Atenção aos Maus Tratos na Infância (CRAMI) em parceria com a SEAS (Serviço de Abordagem Social) e a INDSAT (Indicadores de Satisfação dos Serviços Púbicos), o Censo busca analisar as condições das pessoas em situação de rua e compreender suas necessidades por meio da aplicação de um questionário digital, visando a construção de políticas públicas e desenvolvimento de medidas de auxílio à essa parcela da população.
Segundo os realizadores do Censo, a metodologia une a experiência no atendimento às pessoas em situação de rua e especialização em pesquisa e gestão de informações, revelando resultados que tem como objetivo auxiliar essa parcela da população. O trabalho aconteceu de forma colaborativa, sem custos para a Administração Municipal.
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